Cacete! Quem sou eu? É muita coisa! Tem coisas que escrevi e nem sei de onde veio quem era aquela? Preciso encontrá-la.
Repito-me, são backwards intensos.
Busco-me, encontro. Compartilho me perco. Volto à introspecção, compartilho novamente. Repito-me, retorno, ouço novamente, corrijo, esqueço. Erro, pergunto. Respondo, fico sem resposta, questiono até a pele sair. É como uma coceira!
Mudo de idéia sem vergonha. Sou um rascunho, mas nunca uma conclusão. Conclusões são imposições sobre as idéias. Sobre as minhas idéias pelo menos.
O que mais há a ser descoberto?
Narcisista que sou de tanto me conhecer. Isso incomoda o outro sem nenhum rascunho de resposta para a pergunta “quem sou eu?”.
Mas não me basto nunca! Nunca! Quem não se conhece pensa que o ser profundo se sente auto suficiente, é um arrogante que não precisa dos outros, este, sente inveja de sua introspecção, quem busca auto conhecimento sabe que precisa muito do coletivo para somar e que só depois de se encontrar é possível ser pleno em sociedade.
Não se pode confundir auto suficiência com se sentir bem consigo mesmo. (Ironia redundante e contraditória do jeito que gosto!)
Se amar na solidão, se entender no silêncio faz um indivíduo melhor para o mundo e não um egocêntrico a mais. “Estou sozinho”, isso pode ser a melhor coisa do mundo!
Existem ironias como esta, a vida é cheia de contradições e ironias, as pessoas mais interessantes são justamente as que pegam esse espírito da ironia e se mantém fiéis com seus contrapontos se tornam assim surpreendentes, inesperadas, irresistíveis!
Somos todos miméticos, começamos a vida sem identidade e então nas primeiras décadas (ou até as últimas, dependendo do nível de profundidade) repetimos padrões dos nossos exemplos, figura paterna, materna, se você não se buscar vai sempre ser uma cópia da cópia. Pastiche mal acabado. Sem nem perceber que só está namorando aquele carinha que denigre e abusa moralmente das mulheres pois seu pai é assim. Sem se tocar que quando precisa se impor, perde o prumo, como sua mãe faz. Condicionamentos psicológicos que podem transformar um ser humano em uma ameba que se reproduz para criar mais seres tão sem sentido quanto ele próprio.
Você realmente quer ser alguém? Então seja você mesmo se ame se adore, sem nenhuma idolatria boba, mas sim se conhecendo!
Buscar um sentido em si e não na vida! E se não achar nenhum sentido em si, talvez esse seja o começo do sentido; como eu já disse, entender as ironias da vida e aceita-las é básico para iniciar o exercício de auto conhecimento; a falta de sentido em si próprio é sinal de que mudanças são bem vindas, que você sempre está crescendo e mudando, sempre está perdendo o sentido para se encontrar novamente, é perder para se reencontrar!
Sem conclusões, pois como já disse, conclusões são as prisões das idéias, e eu mudo, mudo sempre de opinião, essa é a única certeza que tenho.
Que lindo o seu texto, acho uma das coisas mais delicadas essa sua filosofia feminina, doce e intimista. Conhecer a si próprio nos torna mais seguros e isso incomoda quem mora na superfície do corpo.
ResponderExcluirAs cobras estão certas, elas trocam de pele para poderem crescer. Quantas vezes precisamos jogar todos os valores por terra e a partir de uma idéia que já tomou corpo, ampliar o nosso universo de simbolos e traçarmos novas pontes entre os descaminhos.