terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Com e pré conceito.

  Culturalmente, existem pré conceitos, como por exemplo, “A solidão é terrível e avassaladora”, “A felicidade só pode ser construída a dois”, “Homens não usam saias” ou até “ Você tem que ser feliz". Esses são alguns que ouvimos e conhecemos, além de milhões de outros. Conceito é uma idéia a respeito de algo.

Seguimos padrões, somos miméticos, copiamos nossos pais e depois os colegas da escola, assim por diante; todos estes nos passam conceitos, idéias a respeito do mundo. Como por exemplo, “O bom da vida é ter um tênis de R$ 600,00 da Nike” essa idéia pode estar presente em uma escola de classe média.

Todos temos pré conceitos, o mesmo que preconceito; sobre o que esse texto trata: o julgamento de uma situação a partir das MINHAS idéias, que em maioria não são MINHAS exatamente por não terem sido desenvolvidas por mim e sim por minha cultura, algumas boas e outras que devem ser questionadas. Ter preconceitos não é negativo, é inerente ao humano,  improdutiva é toda ação baseada em um conceito que contenha o ato de desrespeito e violência,  prejudicial ao progresso intelectual da sociedade.

Por exemplo, você acredita que seu namorado não pode usar saia, isso não é um desrespeito, mas uma preferência. Preferência criada a partir do conceito, homens não usam saias e você não mora na Escócia, isto também é preconceito, surgido através dessa preferência-conceito.

Cada cultura tem conceitos diferentes, ao interpretar uma frase, um texto, questione que conceitos o autor utilizou, o mundo não é um quadrado pequeno onde todos pensam iguais.

 E por que as pessoas não saem do quadradinho? Por que é desconfortável ser diferente, é mais fácil ser igual, já somos seres tão inseguros por não sabermos nosso destino após a morte, ser igual é muito confortável.  Não sou avessa a se apegar a valores culturais, eu mesma tenho os meus, é cômodo, entendo quem precisa destes, são muletas a nossa falta de coragem de sermos livres.  O que incomoda é o desrespeito a quem é livre, por exemplo, a homossexualidade perturba muito a sociedade, por questionar em forma de ação nossos conceitos,  não haveria nenhum motivo de incomodo se os valores fossem VERDADES ABSOLUTAS,  mas não são e por isso tanta gente intolera homossexuais, estes provam que não existe nenhuma verdade que não possa ser transgredida.

"O homem civilizado trocou a parcela de suas possibilidades de felicidade por uma parcela de segurança" - Freud

Outro exemplo de conceito, tenho um bem pessoal  sobre a solitude, posso defini-la em uma frase: "Estou só, me sinto só a maior parte do tempo". Essa pode ser interpretada como "Ih, o marido a largou" ou então "Tá sem amigos! Coitada!". O conceito utilizado por mim nessa frase não tem nada a ver com essas interpretações simplórias, me sinto só, por que quem decide a respeito da minha vida sou eu! Desde os sapatos que vou calçar, se escolho trabalhar para uma empresa, se xingo ou não o cara que me empurrou no metrô; se bebo ou se fumo,  se pago ou não a conta de luz,  meus amigos não podem decidir isso por mim, nem minha família, nem meu marido; estou só e estar só neste conceito é ser responsável por mim, assumir-me e perceber-me.

Exato!  - "...as cortinas transparentes não revelam o que é solitude, o que é solidão...
Lobão. 

Não é necessário entender o conceito do outro, não espero isso de ninguém, seria muita presunção imaginar que todos vão ler minhas frases e entender o contexto em que me baseie,  o importante é  ter  percepção da variedade de conceitos, saber que o outro pode ter uma  visão de mundo diferente da sua, um contexto fora do seu,  isso já é um grande caminho para evitar conflitos e para crescer intelectualmente, questionando, tentando entender uma poesia de Fernando Pessoa, se aprofundando nas frases dos autores que citei aqui, por exemplo. Ter consciência que cada um tem uma visão,  dar a oportunidade da dúvida.  Isso é respeito.

Cortante! - “Humildade é o que acontece quando você se contextualiza.” Rodrigo Rocha Braga.

O que é verde-água para mim, pode ser azul para você. Enxergar o outro com os seus conceitos não é  VER o outro... 

O grande final:

"Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro, e não ver o seu mundo refletido nos olhos dele". Carl Rogers.

Se você gostou desse texto vai se encontrar nesse: http://papodehomem.com.br/o-habito-de-julgar-e-rotular-pessoas-pode-matar/ Perfeito!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Longe do Paraíso.

Longe do Paraíso.
2002

Julianne Moore magistral, a película consegue reunir excelente fotografia, ótimas atuações e temas fortes, preconceito racial e sexual.

O filme se passa em um cenário típico de outono, folhagens  avermelhadas, alaranjadas e o verde das copas;  muito interessante a sincronia entre fotografia e figurino, os tons da paisagem se repetem nos vestidos das personagens, camadas de ton sur tons, no clima anos 50, um show de moda, linda cartela de cores. A personagem principal usa azul apenas uma vez no filme, a maioria das cenas ela está em composé com a estação outonal, tudo muito pensado e agradável.

Não tem como não relacionar “Longe do Paraíso” com o ótimo “Pelo direito de amar” também com Julianne Moore,  o primeiro se passa na década de 50, enquanto o segundo na década de 60  como características em comum, o colorido da moda e outro paralelo, ambos tocam no tema homossexualidade masculina, focalizando a repressão vivida nesses tempos.

Para entender o mundo é preciso conhecimento histórico e estes são ótimos retratos de uma sociedade hipócrita que não aceita a diferença.

O que me faz refletir, as mudanças existem, mas como são lentas, 60 anos passados e o preconceito contra as minorias sempre explode na mídia , ou mesmo em uma conversa de bar com o tom não muito diferente do tempo passado.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Critica a razão construída através do conhecimento.

Título pomposo este, não? Mas apesar disto não se influencie, este não prova que sei das coisas. Aliás, eu mesma o questiono; por ser incerto é uma afronta.

Tolo aquele que acredita que tudo o que adquiriu lendo é a verdade e esta é sua. Prefiro verdades inventadas baseadas no meu restrito mundo a comprar verdades que não foram racionalizadas por mim. Gosto de quem inventa teorias pessoais, baseadas em observações únicas, gente que como eu vive o presente.

Sim, você pode ler um livro e a partir deste criar, mas se não houver esse momento entre a leitura e absorção, você apenas tem boa memória. Os melhores pensamentos são construídos por perguntas, afinal você acredita mesmo que existe uma verdade só?
A verdade não existe, por ser construída através de projeções pessoais e estas serem diversas e únicas, por que se preocupar tanto com esta? Por que não posso inventar as minhas?

Então o sujeito lê isto tudo e diz “ Está tudo errado, pois Nietzsche que...” Nietzsche disse e você? O que você acredita? O que você construiu sozinho?

11/10/2010

A madeira do armário está fria, a sinto daqui, também percebo o espaço exato do meu quarto e as quinas dos quatro cantos que o compõe, respiro e toda essa percepção externa reflete dentro de mim, sinto o cheiro da madeira e meus ouvidos mais aguçados ouvem a rua, os dias de feriado são assim, muita gente saiu da cidade e quem ficou acalmou a mente.

Posso sentir tudo, meu cérebro não se prende mais a certos assuntos e isso me traz aos espaços reais, estava presa a abstrações de realidade, simplificando: problemas; não os resolvi, mas pelo menos hoje com todo o ócio desapeguei sem pretensão de abraçá-los tão cedo.

Notei o mundo;  de todos os elementos inanimados da casa os mais vivos são as madeiras, posso senti-las sem toca-las, posso imaginar também como é sentir o concreto, as paredes não contam tantas histórias como essas madeiras. O está céu nublado cinza com um toque de azul cobalto, lembrei do mar.

11/10/2010 – Um dia inanimado, cinza, frio e com uma característica peculiar, silencioso.

Estou tão gelada quanto o dia, o calor do corpo nunca consegue aquecer minhas mãos de dedos longos. Psiquicamente completa, seja lá o que isso quer dizer.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O otimista vê perspectivas e não defeitos.

Em uma parceria entre Devaneio e Big Bag of Dreams
 
 Otimismo Devaneio

Egos inflados se tornam poesia.

Angustia é cor na tela de Van Gogh.

Culpa cúmplice do bom senso.

Raiva impulsiona a sair do lugar comum.

Desleixo vira desapego.

Tristeza é complementar a alegria. Simbiose.

Sofrimento é aprendizado.

Solidão é pensar diferente.





Otimismo Big Bag of Dreams 

O que bagunça, arruma.

Problemas são mapas do tesouro, basta querer brincar.

Despero é o intervalo de tempo entre você achar que perdeu o chão e você ver que já tem asas.

Preocupação é estar no mesmo degrau do problema, subindo mais alguns tudo se resolve.

Insegurança é só uma amnésia temporária.

O silêncio não é apertado, você cabe inteiro dentro dele, sem deixar de fora nenhuma parte.

A alegria e a tristeza estão no mesmo caleidoscópio.

Não existe mau humor, você que está ouvindo a música errada.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Esmero

Dona Esmera


Tô qui num quero,  tô qui num caibo sei que é esmero mas este num largo.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Narrações

Gostaria de associar junto dos posts gravações do Gengibre, porém, nem por lá nem por cá facilitam minha vida para ter essa associação.

Para os curiosos, é só acessar o link:  http://www.gengibre.com.br/polZZA

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sorte no amor.


No início acreditava que tinha muita sorte, havia encontrado em alguém todas suas expectativas. Quando comentavam “Como vocês são perfeitos!” dizia que havia caído no acaso e encontrado o que esperava em alguém. Sorte, apenas isto.

Não posso dizer que não foi sorte, pois foi, mas dizer que suas idealizações haviam se tornado reais é um pensamento falho. Na verdade não se apaixonou pelas expectativas, mas pelo outro, sim, a pessoa ideal; aí entrou sua sorte.

A paixão a mil confunde, funde o que é real e fantasia, sem percepção vivia um sonho. Sonhos são diferentes do real, nestes colocamos os desejos, implícitos pela sociedade e também os pessoais; príncipe do cavalo branco que vai me salvar, pessoais: desejo de um homem forte ou de um homem sensível.

Dez anos juntos não há mais confusão de expectativas, um dia existiram, mesmo em um amor real existem, mas já se foram, não é a paixão que vai embora, são as expectativas. O que sobra? O outro inteiro, sem você, sozinho, isto com certeza é sua melhor parte: o indivíduo.

Dez anos, ainda sente os detalhes que de longe lhe tocavam a pele, ainda tocam. O que mudou foi à pessoa, de um devaneio virou ser humano, coisa mais linda gostar de gente e não de sonhos.

Ilustração: Paola Perazza

domingo, 5 de setembro de 2010

Mais do mesmo.

Um pouco de tudo que já foi dito pelos quatro cantos...

Desejo não se cria, mas pode ser transferido, com prazer.
Desejo é seu não do outro, você o realiza da forma prática, seja colocando toda essa força em um texto, um desenho, uma dança, se acariciando ou em alguém; não necessariamente aquele que lhe causou desejo. Não é da terra, nem do homem, nem de Deus.

Desejo é sempre transformado, transportado, sempre que preciso aliviado.

Quando preso deixa de ser, vira larva, bicho ruim que come a carne, quando assim não é desejo, é masoquismo com o corpo com a mente, mentira.

Condicionamento louco este de desejar o que não é nosso, o desejo do outro.

Se isto é impossível o que se pode ter? O indefinível que é o amor, o definível que é o prazer.

L´Enfant Terrible 

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Em defesa da preguiça


 Idéias, idéias ,idéias passeiam por minha cabeça de uma idéia ramificam vinte outras novas, criam raízes em grandes labirintos. É bom que eu tenha mais e mais, o empecilho é dar conta de todas. As idéias são o matrimônio que a sociedade aceita por serem financeiramente rentáveis.

Em outra margem, reservada, cultuo outra paixão necessária, a preguiça improdutiva. O ócio do corpo e da mente. A vagabundagem do espírito.

Minha paixão social, todos já sabem, a produção: sou a que trabalha, desenha, cria, escreve, corre atrás. Mas a preguiça, a deliciosa preguiça, quando declarada como paixão tem sempre alguém para dizer “Mas por que você não produz?Por que está aí sem fazer nada?”  respondo “ Não, não quero; quero ficar mais um bucadinho assim olhando pro nada, coçando e roçando, amando como Macunaíma” . Ninguém nos estimula para o nada, ninguém entende o amor pela preguiça.

Recentemente li um artigo afirmando que preguiça é doença. De acordo com o texto, doenças como obesidade, doenças do coração e diabetes são causadas pela preguiça. Se o portador da doença fosse menos preguiçoso não morreria ou nem chegaria a sofrer do mal,  é preciso tratamento para isto.

Levem-me ao doutor, pois estou sofrendo de um mal terrível, sou preguiçosa!

Brincadeiras a parte, todo excesso é prejudicial, dizem que até excesso de água.

Por outro lado,  tenho um pouco de medo de gente que não respeita o ócio, medo dessa gente que não se deixa flutuar sabe?  De nada adianta ter mil idéias com a cabeça tão suja que não cabem mais e nem se desenvolvem. Digamos que o ócio é a logística das idéias, natural, sem esforço, as põe para ninar, as coloca em caixinhas que se transformam em soluções. Quando dizem tempo é dinheiro penso “O que adiantam idéias sem soluções? Rapidez sem eficiência?” Por que não aproveitar algo tão útil e natural quanto o ócio e o lazer?

Eu trabalho com imagens por exemplo e em uma semana sozinha, longe das obrigações, vejo melhor as coisas, no sentido literal. Ficam mais claras as cores, as texturas,  o mundo fica mais nítido.

Nosso cérebro é como uma fabriqueta, você tem uma grande idéia e não adianta, tem que parar e a deixar lá dentro, maturando, fermentando como um vinho em seu tonel. E assim ficam robustas, complexas, coloridas e ricas. A partir disso você descobre que sua idéia quadrada pode se transformar em azul ou que sua idéia losango pode se transformar em penugem de ganso.

Esse tonel em que colocamos as idéias é o ócio. Magnífico! Um viva ao ócio!

sábado, 7 de agosto de 2010

Amor genérico



Eu me apaixono, me apaixono por você todos os dias. Me apaixono pelo modo que encara a vida. Pelo jeito que resolve os problemas ou como não se preocupa com eles.
Me apaixono pela sua história ou como a transforma em estória. Me apaixono pelo seu conhecimento ou como se interessa por isso

Eu me apaixono por você, por vocês. O sentimento é um só, vale para todos. Amor pra mim é uma coisa só, sem subdivisão, sem diferença;  pode ser com ou sem sexo, com ou sem nexo; correspondido ou não, eu amo!

Não sei se sou muito fácil, mas me encanto facilmente.

São muitas paixões, paixões diárias. São lembranças. Paixões antigas ou recentes
Me apaixono até por uma pessoa que acabei de conhecer. Envolvo-me , acredito, admiro.

Amo.

A verdade é que não me apaixono tão facilmente, infelizmente isso acontece menos do que eu gostaria. Por que é tão difícil encontrar alguém como você. Mas quando encontro, admiro, fico boba prestando atenção em seus detalhes.

Dá pra encher as duas mãos com minhas paixões. E sempre cabem mais. O tempo não importa, podem durar só um dia, um texto, um filme ou um livro. Posso até nunca conhecer o alvo da minha admiração. Este pode nem saber que existo, como Quentin Tarantino. Ou já ter morrido como Dostoievski.

São casos de amor, paixão pura, admiração sincera. Simples como esse texto.
Intensos. E sou grata por te amar!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Nada


Essa idiossincrasia não é nada que conheço, nada que você conhece. Queria ter visto isso em um filme, lido em um livro.



Gostaria de ter uma palavra para caracterizar, um sentimento para rotular, uma imagem que definisse, alguém que traduzisse.

Existe e não tenho como provar se é real, sentimento ou se é material.
Pode ser tudo, mas nomeio de nada.

A verdade é que sempre existiu, mas de tão complexo e completo sempre foi o nada. 

Esse nada sempre esteve aqui e lá, comigo e com você.
Não é bom nem ruim, não tem haver com virtude.
Tem haver com a gente, é nosso, mas é muito meu. 

Eu sinto nada. Eu sinto o nada. Eu sou o nada. Eu sou nada.

TUDO.



segunda-feira, 26 de julho de 2010

Gislaine e Maria

Vou contar o que sei da história de Gislane e Maria, eram melhores amigas, as duas tinham 7 anos de empresa, saiam juntas, dormiam uma na casa da outra, iam pra balada, trocavam confidências.

Havia uma funcionária antes de você chamada Clarissa, que estava tendo uns problemas no RH, queria, mas não conseguia registrar seu cartão de ponto, o RH sempre enrolava a funcionária, deixando para depois. E por isso Clarissa não recebia suas horas extras.

Gislane sabia do problema de Clarissa e por não gostar da menina, ria dela, tirava sarro pros outros. A fofoca do momento! No café só se falava disso, Gislaine dizia “ Você viu que a tonta lá não consegue nem liberar o cartão do ponto? É muito burra não é?” E assim sociabilizava, fazia amizades, tinha assunto. Todo mundo ia a sua sala para saber como que estava à história do cartão do ponto, da pata, como haviam apelidado a vítima.

Maria era ética e gostava da estagiária, não se envolveu no burburinho e nem recriminou a melhor amiga por toda aquela fofoca, não quis se meter. Gislaine achava estranha a indiferença. Quando ia pra copa fazer suas fofocas percebia que Maria ficava quieta e dava uma desculpa pra sair de fininho. Ficou incomodada com seu silêncio, um dia então resolveu perguntar diretamente para Maria o que ela achava de tudo aquilo; da pata atrapalhada; já iniciou a pergunta tirando sarro da tonta e rindo! Maria pensou, pensou, cautelosa disse sua opinião, de forma clara, voz calma, disse que achava que Clarissa estava certa e o RH errado e que tinha até ligado para a responsável para ajudar a menina, já que tinha mais tempo de empresa e influência.

Gislaine ficou incomodada disse “Então você vai defender ela? E não ficar do nosso lado?”. “Nosso” como se Maria tivesse que pensar como ela só por serem amigas, Maria disse que o RH estava sendo injusto, Clarissa não ganhava hora extra enquanto todos ganhavam e não concordava com isto.

Com o tempo Gislaine se afastou friamente de Maria e desde então não são mais amigas, tudo mudou, não se dão mais carona, não saem depois do trabalho, não dormem mais uma na casa da outra.

E eu, o que acho mesmo de tudo isso? Que Gislaine terminou a amizade não pelo fato da amiga não ter ficado do lado dela, não foi pelo silêncio de Maria e nem por ela ter ajudado Clarissa.

Gislaine se incomodou com a verdade, se incomodou com ela mesma, Maria ao ser ética e imparcial mostrou sutilmente a amiga que a maldade pela maldade não tinha senso, que ajudar Clarissa ao invés de rir tinha mais sentido. Fez Gislaine se confrontar com seus monstros e isso que doeu, olhar para dentro e perceber que estava errada. Não dessa forma racional que descrevi, pois se Gislaine percebesse isso racionalmente nunca teria começado as fofocas, em sua balança de interesses era melhor ter assunto com os colegas e ser sempre procurada por todos do que perceber o outro. Pensando sobre o caso em casa encontrava mil motivos para achar Clarissa uma pata, justificativas não faltavam em sua cabeça, pensou muito, não dormiu naquela noite, obsessiva precisava justificar para si o que tinha feito, precisava, pois no fundo sabia que estava errada.

E hoje Maria já esqueceu Gislaine não confia mais e depois de tanto tempo um ano passado, Gislaine sente falta da amiga e agrada sempre que pode.

Se Gislaine sente culpa por ter falado mal de Clarissa eu não sei, se percebeu que fez isto como escolha errada também não. Mas que sente falta da amiga sente, acredita que não precisava ter sido tão dura em um momento de discórdia.

Ética na visão do inconsciente.


Em uma vila na Europa, viviam os Lepattore, Pai, mãe, e filhos, muitos filhos, a casa era uma construção antiga de pedras, chão, paredes, móveis, tudo velho.
Estavam todos escondidos no sótão, Yolanda matrona, abraçava os filhos temendo pelo pior. Chukibits estavam na cidade, em plena inquisão alienígena.
Entre as possibilidades, se entregar ao inimigo ou um tipo de acordo com corruptos que prometiam liberdade fácil. Os pais escolheram pelos filhos, no medo, na sombra, no terror, no desespero e se corromperam. O acordo era o seguinte; por um certo valor os corruptos diriam um caminho de fuga, entregariam os equipamentos e fariam escolta. A família estaria suja! Mas salva!
Não posso falar por minha família, eu não estava mais os vendo. Tinham nos divido em duplas, Era só eu e minha irmã mais nova Isabella. Não sabia que havia um acordo, que tinham regras, a mãe e o pai nos disseram que um amigo deles ia nos ajudar, não mencionaram corrupção, era só passar por um túnel e tudo ficaria bem. Mas não foi bem assim, chegando no escuro, vimos Chukibits e eu logo entendi o que estava acontecendo, eles eram os corruptos que nos salvariam.
Vestimos as roupas de mergulho, câmeras de ar e água atrás de portas de aço, em paredes de vidro, pelas portas uma a uma, água e ar não tinham começo nem fim, ora se respirava ar e ora não era possível respirar, passávamos pelos dois elementos de modo que não sentíamos a densidade da água, tinha a mesma leveza do ar. Quando chegamos na última os Chukibits se foram, dizendo que aquela era a porta da liberdade.
Acionei um botão e se abriu. Mentira! Mentiram!
A verdade era; se quiséssemos sobreviver teríamos que passar por provações. Fiquei todo o tempo de mãos dadas com a irmã, usamos para a travessia capas marrons com capuzes tão grandes, que só nos permitia visão linear. O lugar não era nesse mundo, tinha um caminho de terra e tudo em volta era nada, tudo era marrom, ocre, laranja sujo e vermelho amarronzado cores do sol, da lava e da terra. Não tinha horizonte, era uma paisagem sem linhas, só cores e o caminho, o que predominava era escuridão. Dois encapuzados passavam ao nosso lado, um pouco distante de nós, o de capa branca e o de capa preta. Neste momento árvores baixas com textura de papel crepom formaram um pequeno bosque. Olhar para o rosto do monge de capa preta significava sucumbir e olhar para o capa branca este poderia te dar uma pista da saída. Mas eles andavam quase em paralelo, quando o capa preta aumentava o passo o outro diminuía e alternavam assim. O risco de olhar para a pista errada era muito grande.
Vi um de seus olhos, era grande duas vezes maior que o olho humano, cor verde amarelado, sua pele era cor de pus. Vi seu olho por só um segundo, não vi o rosto, deu tempo de me virar, mas já havia cometido o erro! Minha irmã também o vira. E esta era a primeira provação. A pergunta era simples, tínhamos que escolher entre duas palavras,escritas em um papel EACH ou NECK. Optei por each e minha irmã escolheu neck. Depois de ouvir nossa resposta, ele ficou na frente da irmã, eu não via seus rostos por conta do capuz, mas ouvi a conversa. “Sua estúpida, sua mãe está sem comer a 7 dias e você escolhe que ela tenha roupas ao invés de alimento!”. E tivemos essa visão, de nossa mãe maltrapilha como uma mendiga suja, vestida com trapos pedindo comida aos transeuntes.
Minha irmã havia sido reprovada, pois neck representava colarinho remetendo a roupa e each tem o mesmo som de eat, que é comer em inglês.
Depois, não vimos mais o capa branca, só passavam capas pretas, e minha irmã olhou mais uma vez para o rosto de outro Junyz
Mudou a paisagem, agora teríamos que passar por uma ponte, feita de madeira com cordas como corrimão e um rio de lava abaixo, e esse momento foi muito importante para mim, me sentia forte, protegida, falava coisas bonitas para irmã, para ela não cair mais nas tentações, que devia se inspirar nos justos e nos bons, em Jesus, Buda, Gandhi, eu estava serena, sem medo, forte, uma força que nunca tinha sentido. Sabia que os Chukibits não podiam me fazer mal, que eu era maior que eles.
Mas mesmo tentando inspirar minha Irmã ela ainda olhou para outro Junyz. Ao todo foram 3 e ela foi reprovada em todas as provações.
Bom, chegamos no final do caminho, estávamos novamente com a roupa de mergulho, encontramos os Chukibits, eles disseram que poderíamos voltar a superfície, estávamos salvas! Encontrei meu irmão, e nós três fizemos a travessia, chegando lá, descobrimos que havíamos sido enganados, o final da travessia era o alto mar, sozinhos, sem barco sem nada no meio do alto mar, entregues para a morte. Foi quando tive a última e esclarecedora visão, a foto do pai na revista Forbes, como o homem mais bem sucedido do ano. Foi o único da família que se salvou. As provações eram um teste para saber quem não servia para os Chukibits, quem não servia para o mundo de corrupção e maldades. Nós não servíamos.
Apesar de estar comigo em alto mar do mesmo modo que a mãe tinha virado uma mendiga, a irmã virou uma gata. E a gata é boa, tem uma luz cor lilás com um plasma branco em volta.


domingo, 25 de julho de 2010

Ciclo de Paola

Aviso: Esse texto contém brutalidade e imposição em uma tentativa de comunicação com os que dormem.

Cacete! Quem sou eu? É muita coisa! Tem coisas que escrevi e nem sei de onde veio quem era aquela? Preciso encontrá-la.
Repito-me, são backwards intensos.
Busco-me, encontro. Compartilho me perco. Volto à introspecção, compartilho novamente. Repito-me, retorno, ouço novamente, corrijo, esqueço. Erro, pergunto. Respondo, fico sem resposta, questiono até a pele sair. É como uma coceira!
Mudo de idéia sem vergonha. Sou um rascunho, mas nunca uma conclusão. Conclusões são imposições sobre as idéias. Sobre as minhas idéias pelo menos.
O que mais há a ser descoberto?
Narcisista que sou de tanto me conhecer. Isso incomoda o outro sem nenhum rascunho de resposta para a pergunta “quem sou eu?”.
Mas não me basto nunca! Nunca! Quem não se conhece pensa que o ser profundo se sente auto suficiente, é um arrogante que não precisa dos outros, este, sente inveja de sua introspecção, quem busca auto conhecimento sabe que precisa muito do coletivo para somar e que só depois de se encontrar é possível ser pleno em sociedade.
Não se pode confundir auto suficiência com se sentir bem consigo mesmo. (Ironia redundante e contraditória do jeito que gosto!)
Se amar na solidão, se entender no silêncio faz um indivíduo melhor para o mundo e não um egocêntrico a mais. “Estou sozinho”, isso pode ser a melhor coisa do mundo!
Existem ironias como esta, a vida é cheia de contradições e ironias, as pessoas mais interessantes são justamente as que pegam esse espírito da ironia e se mantém fiéis com seus contrapontos se tornam assim surpreendentes, inesperadas, irresistíveis!
Somos todos miméticos, começamos a vida sem identidade e então nas primeiras décadas (ou até as últimas, dependendo do nível de profundidade) repetimos padrões dos nossos exemplos, figura paterna, materna, se você não se buscar vai sempre ser uma cópia da cópia. Pastiche mal acabado. Sem nem perceber que só está namorando aquele carinha que denigre e abusa moralmente das mulheres pois seu pai é assim. Sem se tocar que quando precisa se impor, perde o prumo, como sua mãe faz. Condicionamentos psicológicos que podem transformar um ser humano em uma ameba que se reproduz para criar mais seres tão sem sentido quanto ele próprio.
Você realmente quer ser alguém? Então seja você mesmo se ame se adore, sem nenhuma idolatria boba, mas sim se conhecendo! A maioria de nós tem algo incrível dentro de si, lidar com isso com naturalidade contagia alegria! Você faz bem pra si e pro outro. Essa é a revolução que Gandhi dizia “Seja a mudança que você quer para o mundo”. Pare de reclamar do outro, puta hipocrisia que eu vejo por aí, falar mal de você não pode né bonito? Te criticar não pode né xuxuzinho? Isso te deixa puto né? Mas por que você vai a uma festa só para falar mal dos outros?

“Seja a mudança que você quer para o mundo”.

Também não gosta que sejam falsos com você né? De gente que finge que gosta de você “puta falsão!!!” né? Mas você realmente disse que gostou do presente aquele dia por que estava feliz ? Ou tava só fazendo média? Precisava mesmo de tanta cena? E se fosse com você? Serve a pele do outro nessas horas?

“Seja a mudança que você quer para o mundo”.

Quando você chega em um novo ambiente ou conhece uma nova pessoa, repare você parte do principio "desconfiar antes de confiar" ou "confiar e conhecer"? Porque? Porque isso faz uma puta diferença! Desconfiar antes de confiar é subestimar! Perguntinha básica: você gosta que desconfiem de você?

“Seja a mudança que você quer para o mundo”.
Gente pra fazer discursos prontos de bondade tem um monte! Agora gente que faz o que diz, desculpa mas eu conheço 5.
Ser consciente é ser verdadeiro consigo mesmo e com os outros como consequência.
Buscar um sentido em si e não na vida! E se não achar nenhum sentido em si, talvez esse seja o começo do sentido; como eu já disse, entender as ironias da vida e aceita-las é básico para iniciar o exercício de auto conhecimento; a falta de sentido em si próprio é sinal de que mudanças são bem vindas, que você sempre está crescendo e mudando, sempre está perdendo o sentido para se encontrar novamente, é perder para se reencontrar!
Sem conclusões, pois como já disse, conclusões são as prisões das idéias, e eu mudo, mudo sempre de opinião, essa é a única certeza que tenho.

sábado, 24 de julho de 2010

Tarot


Seu Arcano Pessoal é:


11 - A FORÇA

(Rider Tarot: A Justiça)

Palavras-Chave: Auto-Controle e Vontade Dirigida



Aprendizado aos 11 anos de idade: um fato que marca o psicológico;
Vontade imperativa, objetivismo e energia;
Inteligência sobre os instintos;
Inquietação mental e curiosidade por tudo;
Magnetismo pessoal;
A sexualidade é forte e atuante;
Cuidado com as explosões de temperamento;
A impulsividade é inimiga do seu sucesso;
Determinação para chegar onde quer;
Vontade de manter controle absoluto sobre o que ocorre em sua vida;
Sinceridade e franqueza;
Luta contra o EGO ;
Detesta ser dirigido(a) ou liderado(a);
Disposição física e coragem;
Testes na vida quanto à sua tolerância;
Não seja tão perfeccionista consigo mesmo;
Empenho em querer dar o melhor de si;
Expectativas permanentes quanto ao trabalho;
Cuidado com a competitividade;
Não faça de sua vida um "cabo-de-guerra";
Desafios emocionais;
Auto-cobrança;
Habilidade com atividades de raciocínio rápido;
Não gosta de estar preso à regras ou dogmas;
Luta contra o poder e monopólio (domínio);
Desejo de fazer algo grandioso;
Cuidado com a ansiedade;
Não tente resultados a curto prazo;
Administrar o que tem sabiamente;
Cuidado com a área neuro-muscular, gônadas, taxa de glicose, vida estressante;
Atividades como Yoga e Tai Chi são indicadas;
Não se esquente com problemas que venham da família;
Trabalhe sua teimosia;
Crescimento pessoal que surge através da focalização das metas;
Quer viver coisas novas;
Crie novas oportunidades para si todas as horas;
Não cobre de seu parceiro o que ele não pode dar (ou de quem vc convive);
Evite disputas;
Trabalhe colaborando;
Não desperdice as chances que lhe são dadas.