A madeira do armário está fria, a sinto daqui, também percebo o espaço exato do meu quarto e as quinas dos quatro cantos que o compõe, respiro e toda essa percepção externa reflete dentro de mim, sinto o cheiro da madeira e meus ouvidos mais aguçados ouvem a rua, os dias de feriado são assim, muita gente saiu da cidade e quem ficou acalmou a mente.
Posso sentir tudo, meu cérebro não se prende mais a certos assuntos e isso me traz aos espaços reais, estava presa a abstrações de realidade, simplificando: problemas; não os resolvi, mas pelo menos hoje com todo o ócio desapeguei sem pretensão de abraçá-los tão cedo.
Notei o mundo; de todos os elementos inanimados da casa os mais vivos são as madeiras, posso senti-las sem toca-las, posso imaginar também como é sentir o concreto, as paredes não contam tantas histórias como essas madeiras. O está céu nublado cinza com um toque de azul cobalto, lembrei do mar.
11/10/2010 – Um dia inanimado, cinza, frio e com uma característica peculiar, silencioso.
Estou tão gelada quanto o dia, o calor do corpo nunca consegue aquecer minhas mãos de dedos longos. Psiquicamente completa, seja lá o que isso quer dizer.
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