sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Status é uma prisão da mesma forma que são as regras de moda.

Moda é status, se o solado do seu sapato é vermelho, representa que tem dinheiro para um Laboutin que custa em média US$ 3.000; se for preto pode ser de qualquer outra marca.  Existe beleza, tradição, sonho, fantasia e qualidade atrás da marcas, são os argumentos de grifes e clientes. O que possuem em comum o solado preto da marca MadeinChina e o solado vermelho Laboutin? São sapatos e possuem a mesma função. 

Já andei diversas vezes na Oscar Freire; para quem não é de São Paulo, é uma das ruas mais chiques e grifadas da cidade. Largada: de mochila, cara lavada, cabelo preso e havaianas no pé e  fina: montada na produção, maquiagem e acessórios.

O caminho habitual, no tempo que trabalhei lá era: começo da Oscar Freire quando cruza com a Rebouças, até a Lorena, então eu virava e subia a Av. Paulista até o metrô. (é gosto de andar).

Nos meus dias comuns, vestida displicentemente, os donos da grana; identificáveis por sua vestimenta; eram indiferentes a mim, não me olhavam nos olhos. Sem meus apetrechos da tribo, não existia, era desinteressante. Já bem vestida e aprumada era olhada nos olhos.

Porém os manobristas, seguranças e motoboys dos restaurantes, sempre me viam , independente da produção de moda. Eu não deixava de existir por estar menos ou mais arrumada. A única diferença é que quando estava mais emperequetada eles olhavam sem conversar ou paquerar e quando eu estava displicente me diziam oi, boa noite, etc.

No post: moda de rua, reflexão sobre um comportamento, comparei mulheres que tem muita informação de moda com as que desconhecem qualquer cartilha. Minha conclusão foi que quem lê revistas da área fica presa a certos tipos de roupa por medo de errar, enquanto as desinformadas do assunto ousam ao exibir o corpo, sem vergonha, sem pudor, o que as tornam muito mais livres do que quem possui informação,  geralmente as “bem informadas” são de classes sociais privilegiadas financeiramente, enquanto as “desinformadas” são mais pobres.

No caso do olhar masculino sobre a mulher que usa ou não os adereços de determinado grupo, percebo que os que dão importância aos significados do vestir, novamente perdem, assim como as mulheres informadas sobre moda. Perdem por não enxergarem outros seres humanos, por precisarem de elementos visuais para empatizar. Enquanto os homens de classe social menos favorecida, sempre enxergam a mulher, vestida como uma árvore de natal ou simples com suas havaianas.

2 comentários:

  1. Amei o post! Tem um selo pra você no meu blog :D

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  2. Boa reflexão, veio-me uma frase na mente.

    Mesmo numa festa a fantasia não devemos perder nossa essência.

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