Mãos mais do que rostos, são minha referência por que rostos são óbvios a gente sempre olha para o rosto, frente a frente em detalhes, agora as mãos são discretas não pedem atenção para si, só se nota a mão de alguém com tempo e intimidade.
Algumas lembro detalhadamente, dedos, formato de unha, se é com ou sem cutícula, roída ou não, a textura, o tamanho da palma, as veias, cicatrizes e até as pintas; a intensidade das lembranças é de acordo com o grau de proximidade.
Mãos também são a lembrança de duas pessoas muito queridas, meu pai e minha mãe, meus dedos e formato de unha são muito parecidos com os de minha mãe e a palma larga me lembra meu pai, penso que quando eles se forem terei sempre esse pedaço para observar, em minhas próprias mãos.
Não quero ser processada pelo exercício ilegal da psicologia de boteco, mas concluo que você deve ter vocação para quiromante, escultora e bailarina oriental. Nem menciono vocação para escritora porque isso está evidente no texto. Beijos, querida!
ResponderExcluirMuito bem escrito e idéias claras!!! Adorei!!!
ResponderExcluirBjos!!!
Digamos que é necessário dispensar uma atenção especial para observar mãos. É necessário ter certa intimidade com a pessoa para que possamos nos sentir seguros ao fixar o olhar nas mãos dela. E quem é digno de tal dispensação, certamente tem lugar garantido no coração de quem observa. Acho que é isso.
ResponderExcluirCheguei aqui por intermédio do D'Ugo e gostei das reflexões.
Até.
Esse texto é bem de coluna cotidiano da Folha de S.Paulo.
ResponderExcluirUma crônica leve e com um final bem curioso.