quinta-feira, 22 de março de 2012

Olhos no lugar do cérebro.



Fonte da imagem.
Quase me lasquei por ser só olhos, nunca me lasquei por ser só ouvidos, voz, tinta, um corpo dançante ou emoção ao escrever, essa entrega que a arte pede nunca tinha me posto a perigo.
... na verdade já... Mas enfim,  esqueço por que não quero aprender.

Havia pássaros descansando no cabo elétrico, não era bem isso, mas o que meus olhos interpretaram. Dez crianças ao todo, sentadas no meio fio, cena linda, lá no Brás. Tirei uma foto do celular, então uma mãe ensandecida começou a me xingar de tudo o que é nome “Sua puta, fica tirando foto do meu filho, arrombada...” Vou poupar-lhes dos elogios que recebi da senhora. Uhu, sai de fininho, pediria desculpas, mas devido às circunstâncias (uma leoa querendo me caçar) me empirulitei. Cheguei à conclusão que fotografia é a mais perigosa das artes e só agora minha razão reverbera sobre ética.

A foto? Por razões éticas não posso mostrar, mas fica a história que espero que termine aqui, afinal passo todo dia por aquela rua. Glup.

2 comentários:

  1. Pol, poste a foto.

    Depois de tudo o que você passou para consegui-la, é o seu troféu, sua forma de exibir as cicatrizes que a batalha deixou na sua alma. Agora ela tem ainda mais valor do que tinha, antes era um momento bonito, agora é uma história. E daquelas que valem a pena ser contadas...

    Beijo!

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  2. Estamos cada vez mais policialescos e bitolados, vide esse garoto estúpido que planejava a morte de "esquerdistas e vagabundos", em Brasília. Muitos agora enxergam pedófilos em fotógrafos. O espaço público é limitado, o uso que fazemos dele é vigiado por puritanos paranóicos a cada segundo. Se eu fosse você, publicava os pombos.

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