Fonte da imagem. |
Quase me lasquei por ser só olhos, nunca me lasquei por ser
só ouvidos, voz, tinta, um corpo dançante ou emoção ao escrever, essa entrega
que a arte pede nunca tinha me posto a perigo.
... na verdade já... Mas enfim, esqueço por que não quero aprender.
Havia pássaros descansando no cabo elétrico, não era bem
isso, mas o que meus olhos interpretaram. Dez crianças ao todo, sentadas no meio
fio, cena linda, lá no Brás. Tirei uma foto do celular, então uma mãe
ensandecida começou a me xingar de tudo o que é nome “Sua puta, fica tirando
foto do meu filho, arrombada...” Vou poupar-lhes dos elogios que recebi da
senhora. Uhu, sai de fininho, pediria desculpas, mas devido às circunstâncias (uma
leoa querendo me caçar) me empirulitei. Cheguei à conclusão que fotografia é a
mais perigosa das artes e só agora minha razão reverbera sobre ética.
A foto? Por razões éticas não posso mostrar, mas fica a
história que espero que termine aqui, afinal passo todo dia por aquela rua.
Glup.