Para afirmar e reforçar esse meu texto: http://devaneiodepaola.blogspot.com/2009/12/moda-de-rua-reflexao-sobre-um.html , decidi compartilhar um dos melhores trechos do livro "O império do efêmero" de Gilles Lipovetsky . O livro todo é incrível , recomendo para todos que gostam de sociologia, filosofia , moda e cultura em geral.
"A moda produz inseparavelmente o melhor e o pior, a informação 24 horas por dia e o grau zero do pensamento cabe a nós combater, de onde estamos, os mitos e os a priori, limitar os malefícios da desinformação, instituir as condições de um debate público mais aberto, mais livre, mais objetivo. Dizer que o universo da sedução contribui para a dinâmica da razão não condena ao passadismo, ao "tudo dá no mesmo", a apologia beata do show biz generalizado. A Moda é acompanhada de efeitos ambíguos; o que temos de fazer trabalhar para reduzir sua inclinação "obscurantista" e aumentar sua inclinação "esclarecida", não procurando riscar num traço o strass da sedução, mas utilizando suas potencialidades liberadoras para a maioria. O terminal frívolo não pede nem a defesa incondicional, nem a excomunhão de sua ordem; se o terreno da Moda é favorável ao uso crítico da razão, faz eclodir igualmente o exílio e a confusão do pensamento: muito está por corrigir, legislar, criticar, explicar interminavelmente; a astúcia da desrazão de moda não exclui a inteligência, a livre iniciativa dos homens, a responsabilidade da sociedade sobre seu próprio futuro."
" No filme acelerado da história moderna, começa-se a verificar que, dentre todos os roteiros, o da Moda é o menos pior."
Trecho do livro "O império do efêmero, a moda e seu destino nas sociedades modernas" de Gilles Lipovetsky .
O mal não é a moda em si, mas sim, quem faz um uso, mesquinho, restritivo e excludente dela.
ResponderExcluirA crítica pela crítica, já está correndo por fora, a algum tempo, mas poucos sacaram isso e os velhos jargões são repetidos exaustivamente.
Agora, sim: viva uma moda, consciente, mesmo que não seja tão fácil fazê-la.