Longe do Paraíso.
2002
Julianne Moore magistral, a película consegue reunir excelente fotografia, ótimas atuações e temas fortes, preconceito racial e sexual.
O filme se passa em um cenário típico de outono, folhagens avermelhadas, alaranjadas e o verde das copas; muito interessante a sincronia entre fotografia e figurino, os tons da paisagem se repetem nos vestidos das personagens, camadas de ton sur tons, no clima anos 50, um show de moda, linda cartela de cores. A personagem principal usa azul apenas uma vez no filme, a maioria das cenas ela está em composé com a estação outonal, tudo muito pensado e agradável.
Não tem como não relacionar “Longe do Paraíso” com o ótimo “Pelo direito de amar” também com Julianne Moore, o primeiro se passa na década de 50, enquanto o segundo na década de 60 como características em comum, o colorido da moda e outro paralelo, ambos tocam no tema homossexualidade masculina, focalizando a repressão vivida nesses tempos.
Para entender o mundo é preciso conhecimento histórico e estes são ótimos retratos de uma sociedade hipócrita que não aceita a diferença.
O que me faz refletir, as mudanças existem, mas como são lentas, 60 anos passados e o preconceito contra as minorias sempre explode na mídia , ou mesmo em uma conversa de bar com o tom não muito diferente do tempo passado.