quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Mudança


    Tive um momento de super sinceridade com um desconhecido, chamou-me de gostosa e fiz um discurso feminista. No papo ele empatizou e humanizou; não verbalizando se concordava ou não, primeiro se fez de louco e depois justificou: “Acontece que sou baiano”. Eu ri, e fiquei explicando que as mulheres não gostam de serem abordadas dessa forma na rua, que se eu fosse a irmã dele, a filha, a mãe, que ele devia pensar nelas antes de mexer com as mulheres. No fim da conversa ele disse que eu era muito comunicativa e doce e no meio do papo também falou que ele era um “tipo de não se jogar fora” fazendo cena. Não sei que resultado tem uma conversa dessas, cada um de nós é uma grande história, não sei, nem nunca vou saber o que se passa na cabeça e na vida dele, com ou sem êxito fui um grãozinho da mudança que quero para o mundo.
    Que mudança? Respeito, só isso. Não vejo problema em ser desejada, imageticamente sexualizada, desde que meu espaço não seja invadido sem consentimento. Quero poder andar de hot pants (a imagem da foto) se o cara se masturbar pensando nessa imagem é de foro íntimo, mas masturbar-se verbalmente e em público, é agressão sim.
   Ouço coisas muito piores que “gostosa”, muito, muito piores, eu até podia contar do cara de ontem que fez gestos e disse absurdos, mas deixa para lá, o que quis contar foi à boa e leve história de hoje.